
O câncer de mama é a principal causa de morte entre mulheres, no Brasil. Para se ter uma ideia, houve 18.139 óbitos em 2021 e a projeção é que 73.610 novos diagnósticos ocorram ainda em 2025, segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer). O número de casos tem crescido, sobretudo, entre as mulheres mais jovens, com menos de 40 anos, como alerta a médica mastologista Isabella Figueirêdo, do NOA (Núcleo de Oncologia do Agreste).
Hoje, cerca de 40% dos casos da doença acometem mulheres abaixo dos 50 anos. Uma subanálise do estudo Amazona III focou em mulheres com 40 anos ou menos, representando 17% da amostra total. Essas pacientes mais jovens apresentaram características mais agressivas da doença no momento do diagnóstico.
Segundo a médica, que é membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o aumento dos casos de câncer de mama entre mulheres mais jovens é atribuído a diversos fatores combinados, incluindo aspectos genéticos, hormonais, reprodutivos, comportamentais e estilo de vida. “Os fatores comportamentais, como alimentação inadequada, sedentarismo, sobrepeso e obesidade, consumo excessivo de álcool, tabagismo, exposição frequente à radiação ionizante (raio-x e tomografias), também são correlacionados ao aumento do risco, inclusive em jovens”, detalha a mastologista.
Outro fator que tem preocupado bastante a classe médica tem sido o uso crescente de testosterona, com fins estético, entre as mulheres. “A testosterona interfere diretamente nos hormônios femininos, podendo aumentar o risco de desenvolvimento de câncer de mama, entre outras complicações”, alerta a especialista.
Além da adoção de hábitos saudáveis de vida, a fim de prevenir o desenvolvimento da doença, realizar os exames de rastreio indicados, a exemplo da mamografia, é fundamental para o diagnóstico precoce da mesma.